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segunda-feira, novembro 10, 2008

Me dá tua mão!!!



-Vá lá! Me dá tua mão! – repetia ela, com o braço esticado na Sua direção, com a mão a jeito de ser segurada.

Ele olhava em volta, olhava para ela e aqueles olhos não deixavam transparecer nada. Ele não lhe dizia que não, para não a desiludir, mas também não lhe estendia a Sua mão quentinha ... para não correr o risco de que ela percebesse mal o Seu gesto.



Ele gostava dela e nunca a tinha deixado só, mas há coisas que não passam exatamente disso e ela ... ela era uma pessoa que não podia passar sem Amar. Tinha dentro de si demasiadas coisas que precisava exteriorizar, coisas que, mesmo que quisesse e teimasse em guardar, se iam entender sempre, porque os seus olhos não mentiam, a sua expressão não conseguia disfarçar. Quando Ele passava a sua atenção se perdia ... era inevitável que o seu olhar se prendesse Nele e por Ele se perdesse... era impossível não sorrir quando O avistasse porque .. Ele despertava em si as coisas mais bonitas de se sentir e fazia-a recordar pequenos pormenores que se tornavam em momentos inesquecíveis! Ele era aquele alguém que teria sempre uma parte de si. Ela já nem sabia como é que Ele tinha surgido na sua vida, mas tinha a certeza de que nunca mais desapareceria!



Ela depositava Nele tudo o que era. Para além da extrema preocupação, da pura Amizade, do verdadeiro Amor ... ela depositava Nele medos, receios, dores ... e Ele segurava em tudo com o máximo dos cuidados e tratava dela ... à Sua maneira, mas tratava!

Ele não era uma pessoa fácil... ninguém é ... tinha uma forma de ser especial... até para lhe ‘arrancar’ uma opinião era difícil, mas ela aprendera a lidar com Ele. Não, Ele não dizia nada, continuava igual ... mas ela aprendera a ler aqueles olhos, a decifrar aqueles gestos ... e aceitar os Seus silêncios.



Ele era o ‘menino’ dela e ela só queria que Ele estivesse bem, independentemente de todo o resto.



Ela era importante para Ele. Embora Ele não lhe dissesse ela já o tinha lido nas entrelinhas da Sua existência.


Ele conhecia-a bem. Ela conhecia-O como ninguém ... mas nem sempre Lhe mostrava, guardava para si. Hoje em dia, Ele já não lhe escondia nada. Não por falar com ela, mas por ela conseguir ver tão bem a pouca transparência do Seu ser.



Ela sabia que Ele não queria demonstrar mas que, no fundo, estava cheio de vontade de agarrar na sua mão. Então ela puxou-lhe o braço e apertou a mão Dele. Ele não fez nem um bocadinho de força.


Ficaram de mãos dadas e, naquele instante, o momento foi só deles! Cada um sentia-o de uma forma diferente, mas intensa. E, à noite, quando vissem as estrelas que, tantas vezes, tinham olhado juntos, estariam a pensar no mesmo. Ela pensaria Nele, Ele pensaria nela ... lembrar-se-iam das suas mãos apertadas, dedos entrelaçados e do eterno que parecia cada um dos segundos que os unia ...

*** Texto escrito há algum tempo... já era hora de postá-lo!